Braga paga factura da falta de dinâmica cultural

Braga perdeu para Guimarães a capital europeia da cultura por “falta de credibilidade das iniciativas culturais do município, da política cultural do município e dos próprios protagonistas que lideram o município”. É a leitura do líder da concelhia do PSD, Ricardo Rio, que considera que o município deve criar as bases para sustentar uma capital nacional da cultura.

O líder da comissão política de Braga do PSD, Ricardo Rio, percebe a escolha de Guimarães para partilhar o estatuto de capital europeia da cultura em 2012, mas crítica o presidente do executivo municipal de Braga que apresentou a candidatura bracarense como “irrefutável” e como certa, em diferentes ocasiões.Ricardo Rio considera que todos os bracarenses estão a pagar o pecado camarário da “falta de dinâmica cultural”.Ao contrário de Braga, que formalizou uma dupla candidatura a capital nacional/europeia da cultura, Guimarães nunca apresentou sequer, em termos oficiais essa intenção” aponta o líder da concelhia do PSD.Mesmo assim, o governo entendeu que “em Guimarães, há efectivamente uma dinâmica cultural da Câmara”.Sem desvalorizar as razões da escolha de Guimarães, Ricardo Rio revê na decisão do Governo a “falta de credibilidade das iniciativas culturais do município, da política cultural do município e dos próprios protagonistas que lideram o município”.O distanciamento do Ministério da Cultura ficou patente quando “aligeirou” responsabilidades na gestão do Theatro Circo, remetendo a decisão para a Câmara, argumenta o líder da oposição.Que papel resta a Braga depois de ter perdido o papel principal? Ricardo Rio pergunta ao mesmo tempo que responde “o de actor secundário”, associando-se ao evento através da cedência de espaços.O líder concelhio do PSD subscreve a intenção manifestada pela Câmara Municipal de Braga, em comunicado, de se associar a Guimarães capital europeia da cultura, aproveitando a proximidade geográfica e vê vantagens para a cidade vizinha que pode conferir mais dimensão ao evento e aproveitar outras infraestruturas.Mesmo assim, Ricardo Rio diz que esta abertura da autarquia bracarense acaba por “dar todas as razões à Universidade e ao seu reitor quando defendeu uma região capital do conhecimento e da cultura”.O presidente do PSD/-Braga defende que Braga deve “exigir” ser capital nacional da cultura, no quado de um modelo reformulado “para deixar de ser o fracasso que tem sido”. Mas tem que criar “fundações” para defender essa objectivo e “não basta a reabertura do Theatro Circo para se falar de uma política cultural em Braga”.

(in Correio do Minho - 12 Outubro)